O meu postigo
Por Alberto Pinheiro
Dois artigos publicados no "Notícias de Ourém"1 "o crime do Castelo de Aurém" e "o Castelo dos Sonhadores", posso entendê-los como discordantes da análise histórica respeitante a Ourém que costumo fazer, na imprensa local. O primeiro não merece qualquer apreciação dada a sua forma irónica e descabida de comentar o assunto, mas o segundo, confesso, presto-lhe atenção dada a franqueza da opinião exposta e a simpatia que me merecem as pessoas que aparecem cara a cara a dizer o que pensam, pois essa atitude os concilia com a minha maneira de ser.
As considerações que vou expor não se dirigem exclusivamente ao autor do artigo em referencia.
Existem também aquelas pessoas que são de opinião diferente e me têm felicitado por eu diligenciar expurgar da história de Ourém, as lendas, as confusões e os erros de que está inquinada.
Tenho muita admiração pelos jovens com personalidade e que consoante as suas ideologias lutam pelo futuro que melhor satisfaça os anseios de valorização das suas qualidades e virtudes sem condicionalismos que molestem a sua dignidade.
Creio que não existem sociedades perfeitas mas é certamente possível, limar arestas para que as desiguladades sociais não sejam tão chocantes como as que a cada passo se observam, e tendem a desenvolver-se em ambiente favorável.
Sigo os seus passos, embora um pouco atrasado.
A minha idade não me permite acompanhar a rapidez da sua marcha.
Mas não adormeci nem me deixei ultrapassar pela marcha do tempo, não corro portanto o risco de ter de "dar um tiro nos miolos".
Já um dia, num dos meus artigos sobre o Castelo de Ourém, esclareci que quando olhava aquele monte e aquele Castelo, o admirava como um símbolo de grandeza e como berço do concelho, ou antes, dum condado, que foi dos mais importantes e cobiçados do país.
O Castelo de Ourem para mim não é só um monumento histórico é também uma testemunha de acusação para os Ourienses que têm administrado o concelho e orientado o seu desenvolvimento, e lentamente o deixaram chegar à apagada de vil tristeza dos dias de hoje que por todo o lado se lamenta.
Houve desenvolvimento económico? Certamente que sim, mas, mais por iniciativa particular do que por diligência das autarquias locais.
Não veja pois o articulista que me critica qualquer adesão da minha parte com a organização social da época medieval.
Não posso à distância ver em pormenor ou analisar com segurança Os problemas Ourienses e não devo portanto criticá-los, sem me sujeitar a ser injusto: A critica tem de ser serena fria e objectiva.
Envolvo quase sempre as pessoas que por negligência incapacidade ou muitas outras razões, não procederam como em nossa opinião deviam ter procedido.
Essa crítica para ser honesta e construtiva tem de alicerçar-se em factos devidamente comprovados. Fazer o contrário é ofender a dignidade das pessoas comprometidas e a própria dignidade do crítico.
Para aqueles que vivem mais perto dos factos e os conhecem na verdadeira dimensão, é mais fácil apreciá-los e discuti-los apresentando mesmo sugestões válidas que contribuam para uma concretização satisfatória.
A noção da responsabilidade aliada ao bom senso leva-me na apreciação histórica do concelho dentro das minhas possibilidades, e mesmo a procurar abordar apenas os assuntos para que me julgo preparado e de bom grado aceito que me digam que estou errado e me demonstrem porque.
Agradar a todos creio não ser possível, nem aos génios, e não haverá portanto razão para me sentar à beira da estrada. Irei seguindo o meu caminho;
Lisboa, 25 de Outubro de 1975,
Dois artigos publicados no "Notícias de Ourém"1 "o crime do Castelo de Aurém" e "o Castelo dos Sonhadores", posso entendê-los como discordantes da análise histórica respeitante a Ourém que costumo fazer, na imprensa local. O primeiro não merece qualquer apreciação dada a sua forma irónica e descabida de comentar o assunto, mas o segundo, confesso, presto-lhe atenção dada a franqueza da opinião exposta e a simpatia que me merecem as pessoas que aparecem cara a cara a dizer o que pensam, pois essa atitude os concilia com a minha maneira de ser.
As considerações que vou expor não se dirigem exclusivamente ao autor do artigo em referencia.
Existem também aquelas pessoas que são de opinião diferente e me têm felicitado por eu diligenciar expurgar da história de Ourém, as lendas, as confusões e os erros de que está inquinada.
Tenho muita admiração pelos jovens com personalidade e que consoante as suas ideologias lutam pelo futuro que melhor satisfaça os anseios de valorização das suas qualidades e virtudes sem condicionalismos que molestem a sua dignidade.
Creio que não existem sociedades perfeitas mas é certamente possível, limar arestas para que as desiguladades sociais não sejam tão chocantes como as que a cada passo se observam, e tendem a desenvolver-se em ambiente favorável.
Sigo os seus passos, embora um pouco atrasado.
A minha idade não me permite acompanhar a rapidez da sua marcha.
Mas não adormeci nem me deixei ultrapassar pela marcha do tempo, não corro portanto o risco de ter de "dar um tiro nos miolos".
Já um dia, num dos meus artigos sobre o Castelo de Ourém, esclareci que quando olhava aquele monte e aquele Castelo, o admirava como um símbolo de grandeza e como berço do concelho, ou antes, dum condado, que foi dos mais importantes e cobiçados do país.
O Castelo de Ourem para mim não é só um monumento histórico é também uma testemunha de acusação para os Ourienses que têm administrado o concelho e orientado o seu desenvolvimento, e lentamente o deixaram chegar à apagada de vil tristeza dos dias de hoje que por todo o lado se lamenta.
Houve desenvolvimento económico? Certamente que sim, mas, mais por iniciativa particular do que por diligência das autarquias locais.
Não veja pois o articulista que me critica qualquer adesão da minha parte com a organização social da época medieval.
Não posso à distância ver em pormenor ou analisar com segurança Os problemas Ourienses e não devo portanto criticá-los, sem me sujeitar a ser injusto: A critica tem de ser serena fria e objectiva.
Envolvo quase sempre as pessoas que por negligência incapacidade ou muitas outras razões, não procederam como em nossa opinião deviam ter procedido.
Essa crítica para ser honesta e construtiva tem de alicerçar-se em factos devidamente comprovados. Fazer o contrário é ofender a dignidade das pessoas comprometidas e a própria dignidade do crítico.
Para aqueles que vivem mais perto dos factos e os conhecem na verdadeira dimensão, é mais fácil apreciá-los e discuti-los apresentando mesmo sugestões válidas que contribuam para uma concretização satisfatória.
A noção da responsabilidade aliada ao bom senso leva-me na apreciação histórica do concelho dentro das minhas possibilidades, e mesmo a procurar abordar apenas os assuntos para que me julgo preparado e de bom grado aceito que me digam que estou errado e me demonstrem porque.
Agradar a todos creio não ser possível, nem aos génios, e não haverá portanto razão para me sentar à beira da estrada. Irei seguindo o meu caminho;
Lisboa, 25 de Outubro de 1975,
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