Crónica de distintos oureenses

Guia de leitura do Ourém blog destinado a celebrar a juventude de um grupo de oureenses e o espaço onde a mesma teve lugar

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Meio comuna, meio anarca, com hábitos burgueses. Totalmente confuso na selva capitalista...

sexta-feira, junho 25, 2004

A verdade da ciência

Os sábios manifestavam-se por cima de um estrado desenhando estranhos arabescos numa pedra escura e ai daqueles que manifestassem qualquer dúvida pois logo encontrariam uma razão para o pôr na rua e tomar de ponta como se dizia na gíria onde o chumbo era o prato numero um e o terror dos condenados à situação de ouvintes classificados de bons e maus melhores e piores o que contribuía para os isolar mais uns dos outros, guardando só para si as descobertas que as suas mentes opacas conseguiam atingir para no final mostrarem as habilidades esquecidas logo que passassem as grandes provas mas era assim que os sábios queriam desejosos de encontrarem entre a carneirada o sucessor directo da imagem e posição.
Um dia alguém ousou manifestar-se e foi o fim. O sábio logo o quis pôr na rua mas outros lhe seguiam as pisadas afirmando não quererem mais individualismo não acreditarem em verdades eternas a que só ele teria acesso odiarem o marranço quererem participar transformando aquelas sessões numa discussão onde o sábio seria orientador e eles participantes na busca da verdade pois esta não basta ser enunciada tem de ser demonstrada e discutida.
Foi assim que a terra passou a girar em torno de si própria e o sol se transformou numa estrela com movimento aparente.
Mas não se ficou por ai.
Os estudiosos de isolados reuniram-se em grupos transmitiram uns aos outros os conhecimentos granjeados discutiam entre si o que hoje era uma verdade cientes que amanhã ela se transformaria na discussão com outros grupos das conclusões atingidas.
E os sábios...?
Pois os sábios, de início desorientados, a breve trecho compreenderam estarem perante uma verdade desconhecida e sentiram que, traçando directivas aos menos experimentados, os seus esforços eram bem mais compensados pela alegria posta no trabalho e pelos seus resultados bem mais profícuos muito embora imensas vezes tivessem de descer do pedestal para aceitar conclusões melhor formuladas as quais, em última análise, contribuíam para aprenderem bastante mais.
Não terá sido tão fácil como se conta, mas foram anos bem proveitosos para quem os viveu transmissores de um potencial critico que a carneirada nunca alcançaria.